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quinta-feira, 4 de agosto de 2011


Sobre te ver dormir*
Me apaixonei quando vi ele dormindo.
É, a gente só tem certeza se é capaz de amar alguém quando consegue ficar horas olhando
 o respirar, os olhos fechados, o sono pacífico de quem nos cativou por inteiro.
Foi assim que pensei pela primeira vez em roubar todos os sonhos dele pra mim, em mergulhar
 lá no fundo, em encontrar suas causas, consequências, vontades, verdades. E como era
 lindo o jeito que ele se movia, sem perceber que eu estava em paz por poder admirá-lo num 
momento de absoluta intimidade.
Eu comecei a brincar com cada membro do corpo dele, na tentativa de mostrar que havia
 alguém ali, simplesmente apaixonada, velando cada segundo do seu desligar do mundo. 
Acariciei seu peito. Tentei me encaixar entre o seu ombro e o braço esquerdo. Ouvi o 
coração batendo leve. Roubei-o para mim.
Vê-lo assim, entregue aos sonhos, só me deu mais certezas sobre como eu queria as coisas
 daquele jeito. Sobre como minha paixão era completa, complexa e verdadeira. Só quando ele acordasse eu conseguiria adormecer. E na certa era com ele que eu sonharia.
Eu adorava abraçá-lo, beijá-lo, acariciá-lo. Mas nada era mais profundo do que enxergá-lo ao 
meu lado, com os olhos fechados e a respiração leve, tranquila, exata. Era essa a paz de que
 tanto me falaram um dia. Era esse o amor que eu queria para mim, sem nem precisar pensar
 duas vezes. Sem nem precisar olhar para trás.
*Texto da minha poesia pura, Amanda Miranda, publicado em Pastilhas e Palavras. Mas que
 ela me cedeu porque compartilho com ela a paixão que nasceu ao ver alguém dormir.

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