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sábado, 6 de agosto de 2011


Eu norte, você sul.



Porquê me deixou aqui? Está escuro e eu tenho frio, tanto que as lágrimas que
 escorrem em meu rosto estão se petrificando.  Dói, ai, como dói! Você partiu 
mais uma vez e o trágico fim se executa em minha vida. Sozinha. Sem você. Em
 casa apenas a cama vazia, um lugar a mais na mesa e as paredes estampadas
 com as nossas fotografias. O telefone não chama, a campainha não toca. É, você 
não volta. Eu já previa que isso poderia acontecer, e mesmo assim, insisti em 
deixar fluir. Eu te olho de longe entrando por aquela porta com um sorriso lindo
 no rosto e passando direto por mim, como se eu fosse imperceptível ao seu olhar.
 Será que meu ser diminuiu tanto assim quando você partiu? Eu evito ir nos
 mesmos lugares, usar os mesmos perfumes e escutar certas músicas, mas
 não posso controlar o pulsar do meu coração, não dá. Você parece estar feliz
 ao lado dela, e para ela está dando o amor que a mim não pôde dar. Eu não 
sei de quem foi a culpa, minha ou sua, não importa. Você chorou, agora sorri
 e eu permaneço aqui. Na frustrada tentativa de te esquecer eu saí, dancei,
 bebi e conheci outros caras. Hoje foi a minha última noite, agora realmente
 percebo que nada valeu à pena. Pura perda de tempo. Eu me divirto a noite
 inteira e ao voltar pra casa, novamente, sinto sua falta. Falta de um casaco 
no ombro, de uma mão segurando a minha, falta de um beijo de boa noite. 
Você está vinte e quatro horas por dia presente dentro de mim e te ver só 
intensifica o meu sofrer, o meu querer. Eu ouço teu riso com dor e amor, eu 
percebo cada movimento teu nesse grande espaço que há entre nós. Eu 
norte, você sul. Eu América, você Oceania. Ela sua, você dela, eu de ninguém.
  Só aqui, nessa rua vazia, sem beijo nem abraço, sem um braço estendido
 em minha direção. Só aqui, chorando pelo que já foi, por aquilo que não volta.
 Só aqui, abaixo do céu nublado, a chuva prestes a cair... Daí voltarei sozinha
 pra casa, toda molhada, sem calor nem proteção. Sem você e sequer algum 
vestígio do seu amor, do nosso amor.  


"No coração ficou lembranças de nós dois. Como ferida aberta, como tatuagem."

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