Tempo ao tempo .
peguei de volta as suas chaves e estou impossibilitada de levantar daqui para abrir
a porta. É certo que seria incomparável o sorriso que surgiria em meu rosto ao te
ver entrar, e mais certo ainda seria o processo de esmagamento do meu coração
ao te ver partindo mais uma vez. Porquê você sabe, e felizmente agora eu também,
e vem das ondas do teu mar, não quero mais ser estonteada pelas suas piruetas e
coreografias (para mim quase letais). Não que eu vá te esquecer, mas eu preciso
me libertar de você e deste sentimento que tanto me faz mal. Não que ele seja mais
amado, mas é que ele tem o poder de me arrancar sorrisos. Não que você não
tenha feito isso, mas ele me faz sentir segura de que esta alegria é constante e
agora não vou dormir com medo de que ao acordar estarei a sós com um bilhete
de despedida. É, alegria... A soma dela me trará a felicidade novamente. Você não
sabe o quanto eu gostaria de te deixar ficar, mas aceitar as suas condições
ultrapassaria os limites daquilo que eu chamo de amor. Como assim, o amor
não tem limites? Tem sim, para os que não são masoquistas. Agora vai doer,
está doendo, mas eu sei que vai passar. Afinal, tudo passa, não é mesmo?
Com o amanhecer de cada dia as feridas que agora estão abertas e sangrando,
entrarão em processo de cicatrização. Não sei bem se neste momento podemos
ser amigos, não sei ao menos se você quer isso. Acho que a proximidade agora poderia
dificultar tudo. Sou fraca, ficaria facilmente hipnotizada pelo seu olhar e pelo som da
sua voz. E você certamente tiraria proveito disso. Estou partindo de vez e não pretendo
voltar, preciso dar um tempo ao próprio e lento tempo. É que hoje em dia não tenho
mais certeza de que você realmente me ama ou amou, mas se tem uma coisa que
estou completamente convicta é de que eu preciso me amar.
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