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segunda-feira, 18 de julho de 2011

Uma história de amor - parte 7

(para quem não leu)



Pela janela da varanda Emile observava o roncar da noite. Era tudo muito lindo, uma noite maravilhosa. O brilho da lua e das estrelas permitiu que ela visse as leves ondas que cheiravam a areia. Isto a fez sorrir.
André e Emile são amigos desde a infância. Nasceram no mesmo hospital numa pequena cidade no interior de Mauá de Sena. Ambos têm a mesma idade e sempre foram muito unidos. Na adolescência, quando tinham 17 anos, mais ou menos, tiveram um relacionamento amoroso, que no início foi apenas uma curtição, mas depois perceberam que estavam apaixonados, mas tiveram de se separar porque passavam da conta em termos de regras atribuídas em suas casas. E, apesar de conhecerem-se desde pequenos, a família dos dois nunca aprovou o namoro. Resolveram desistir. Ambos mudaram-se de cidade e cada um foi viver sua vida em lados diferentes, reencontrando-se hoje.
Emile deixou escapar uma lágrima que pedia para ser derramada ao lembrar-se do seu namoro com o André. Mas resolveu limpá-la ao perceber que o André estava a abraça-la oferecendo-lhe numa bandeja uma taça com champanhe. Ela ficou sem palavras, apenas sorriu delicadamente. Mas, ainda assim, ele percebeu sua expressão um pouco estranha e beijou-lhe o rosto. Emile se contorceu, fechou os olhos, e livrou-se do corpo de André, indo para a sala. Ele, porém, ficou espantado com sua reação, mas não questionou coisa alguma e foi para a sala.
André tinha assado peru e batatinhas, ele sabia que a Emile adorava o prato. E então comeram à vontade. A Emile, ao beber a champanhe, comentava sobre a “ex” do André.
Emile – André, eu sei que tu não queres falar sobre este assunto mas eu queria tanto te ajudar. Me diz o que eu posso fazer, vai! O que aconteceu entre ti e a tua ex?
André – Emile. É muito difícil falar sobre ela, esta bem?
Emile – André, eu te entendo. Mas aposto que não te abriste com ninguém e isto faz muito mal para ti. Conversa comigo, talvez eu não possa te aconselhar a nada, mas desabafar é sempre bom, e já fizemos isto tantas vezes. Eu sei que não é fácil. Mas tentar esquecer pensando sempre que deverás esquecer só faz complicar ainda mais.
(André virou o rosto para que a Emile não percebesse que ele estava a chorar, mas não adiantou e a Emile, mesmo assim, continuou a falar).
Emile – Olha, por mais que tu estejas sofrendo agora pensas que o que vocês viveram e o tempo que passaram juntos não têm como apagar. Tudo ficou nas lembranças, e infelizmente, cada um precisou partir para seu lado. Se teu lado é este, então as coisas vão dar certo para ti se ficares aqui. Com o tempo vais-te adaptar a viver sem ela, talvez ela não fosse a mulher ideal para ti, André. Outras pessoas hão de surgir em tua vida e tu verás que sempre há uma nova chance, embora tudo pareça estar perdido. Além do mais, saibas que eu estou aqui contigo. Podes contar comigo para o que precisar. Eu vou te escutar, vou te aconselhar, vou te fazer um cafuné. Enfim, vou fazer de tudo para que te sintas bem, ou o melhor possível.
André – Ai, Emy, não sabes como é difícil. É horrível, parece o fim do mundo. Você se sente tão mal como se tivesse perdido parte de você e em algum momento as lágrimas parecem não secar e um buraco se abre em seu peito tornando tudo mais difícil. Você se sente fraco, sem fé, sem esperanças de que um dia alguém o possa fazer sorrir novamente. E, ao mesmo tempo, sente-se culpado pelo outro ter ido embora. Como se você pudesse ter feito algo para salvar-lhe. Algo para salvar-nos.
Deitou a cabeça sobre o colo da Emile e soluçou por entre lágrimas estas palavras deixando a Emile torturada e confusa com relação ao que dizia. Ela não questionou mais sobre o assunto, apenas o acolheu em seus braços e beijou seu rosto, depois pôs-se a entrelaçar seus dedos com os dele e chorou também.

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