“Ele simplismente predomina minha mente com tamanha frequencia
que as vezes eu me pergunto: -Eu sou paranoica?- E só ouço o silêncio
como resposta ecoando na minha mente vaga.
Para deixar as coisas mais ruins do que já estão com tudo isso, aquele
imbecil simplismente não me respode. Ele simplismente está “ocupado
demais” no momento. Quando eu vou falar com ele novamente via messenger,
ele saiu. Fico desconfiada se ele não me bloqueou de uns tempos para cá. Isso doí.
Não, minto. O que doí é sonhar o mesmo sonho toda noite,é um sonho bom.
Deixe eu explicar a vocês.
Estamos caminhando de mãos dadas na praia, meu cabelo esvoaça na direção
que o vento empurra, como uma marionete,ele sorri e fica fitando o horizonte.A
praia está vazia, o sol está começando a aparecer, enviando a noite para o outro
lado do planeta. E então ele para e vira para mim, seu sorriso some e ele fica bricando
com meus dedos e fitando os mesmos. Eu corei,e fitando-o pergunto:
-O que foi? -falo com insegurança,sorrindo como uma boba. Meu coração é uma escola de samba batendo no meu peito. Parece que Deus não me deu um estomago.
Ele fita minha face, e dá um sorriso fraco e para de brincar com meus dedos,
dá as costas para mim e anda devagar até a borda do mar,eu sigo devagar e fico
um pouco atrás dele,se agachando,o mesmo pega uma concha e põe na minha
mão,fica fitando-a por um breve momento e me fita com seus olhos castanhos,sua
expressão,a dor em pessoa.
-O que foi? - repeti,mais intensa dessa vez.Sua boca se abre um pouco para falar,meu
maxilar trinca tenso.
-Eu não sei como dizer isso pra ti… -sua voz fraca ecoa, faço um leve esforço para
ouvi-la,por causa do murmurio de sua voz. O vento para,eu ajeito meu cabelo rapidamente
e fito a concha na minha mão.- Eu….eu… -sua mão vai para o peito, aonde fica seu
coração, ele dá as costas novamente para mim. Eu troco de mão a concha e com a direita
o puxo para que fique de frente para mim, eu vejo ele reprimir o choro. Me sobressaltei.- Eu
não te amo, na forma que você me ama…
Ele me abraça forte,eu sinto meu estomago voltar e criar uma vertigem forte como as ondas
do mar, meus olhos queimam, duas lágrimas escorrem em minha face. Jurei que por um
momento, eu não tinha coração.Eu o abraçei de volta, com força.Eu o afasto um pouco
para poder fitá-lo.
-Por que,g? POR QUE? -Eu guinchei alto demais,mais do que eu quiz,me encolhi. Ele limpou
uma lágrima minha,senti outras virem,minha garganta estava estranha.
-Eu não sei,simplismente não sinto. Mas,uma coisa eu quero fazer,antes que eu vá. -Ele fitou
o sol rapidamente e sorriu em meio a expressão de dor,e voltou a me fitar.
-O…q-que…foi? -minha voz saiu trêmula por causa do choro que meu corpo reproduzia. Eu
soluçava em meio as palavras.
Ele se aproximou de minha cabeça devagar,os olhos fechados,os seus lábios a centimetros
dos meus, e quando vi eu estava me aproximando de sua cabeça também. Deixei que meus olhos
fechassem e o tempo corresse. Foi intenso, uma coisa extraordinária.Nossos lábios se moviam com intensidade,quando finalmente acabou,tudo ficou escuro,eu agarrei o vazio e cai no chão molhado,uma sala escura se estendia a minha frente. E então,eu acordei.”
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