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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

“— Vai fazer o quê hoje, Babi? 
— Não sei, acabei de ver um filme lindo amor. 
— Que filme, mô? 
— Não sei o nome. 
Ele ri. — Novidade. 
— Idiota, eu esqueci.
— Me diz uma coisa que você não esquece.
— Você. — Ela ri.
— Jura? Qual meu nome?
— Eu sei né amor, Alfredo.
Ele dá uma gargalhada. — Idiota, vem cá então, Jociara.
Ela ri. — Idiota.
— Idiota.
— Idiota.
— Cansei, Babi.
Ela comemora.
— Dá pra me dizer como foi o filme?
— Ah, tinha um casal, amor. E ele levou ela em uma praia e eles ficaram lá, deitados contando estrela. Ai eles comeram e ela fez a comida que ele mais ama. Foi lindo.
— Clichê demais.
— Olha quem fala, você já me ligou de madrugada e cantou. Clichê também.
— Mas foi verdadeiro, e filme não é verdadeiro. Eles ganham para amar. E eu não ganho nada para te amar.
— Nada? Nada mesmo?
— Desculpa, você já colocou crédito no meu celular. — Ele ri.
— Idiota.
Eles ficam em silêncio. Ela acaba dormindo. Ele fica sentado e ao se passar uma hora, já se dava para ver estrelas no céu. Ele vai até o sofá onde ela estava dormindo, a segura pela perna e vai em direção ao jardim.
A coloca deitada no chão e deita ao seu lado, esperando a hora que ela acordasse.
— Victor?
— Oi.
— Como fui parar aqui?
— Te peguei no colo.
— E porque?
— Não dava para ver estrelas lá de dentro, tinha o teto.
Ela sorri. — Você disse que era clichê.
— Amar é clichê, Babi.
— E mesmo assim você ama?
— E mesmo assim eu te amo.
Ela o olha e o beija.
— Então tá, agora a gente faz o que Babi?
— Olha para as estrelas.
Ele fica em silêncio.
— Victor.
— Oi, amor.
— Tá gostando?
— É legalzinho, mas não muda nada.
— Também acho, mas no filme eles gostavam.
— Porque era filme, amor.
— Ah, vamos ficar aqui.
Ele fica novamente em silêncio.
— Babi.
— Oi, Victor.
— Quer ir lá pra dentro jogar vídeo game?
— Só se eu ficar com o controle sem fio.
— Ah não, para.
— Então não.
— Babi.
— Oi, amor.
— Para de ser chata, vamos logo. — Ele levanta.
— Me carrega?
Ele sorri, abaixa e a pega no colo.
— Posso escolher o jogo, Victor?
— Não abusa, Babi. Não abusa.
Ela sorri e o bate. — Idiota. ”

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